9.1.11

Tudo na vida tem uma razão de ser. Por isso sê livre e vive sem te apegares muito a algo. Um dia "isso" voa e ficas na esperança de o ver voltar, ficas com um vazio à espera de ser preenchido. Não deixes que o “vazio” se apodere de ti. Preenche o teu dia. A tua vida. Fala. Realiza. Pensa. AMA! Valoriza-te. Vencedores são os que lutam, os que não cruzam os braços, os que se preocupam não com o último dia, mas sim com o seguinte e o seguinte e o seguinte e o seguinte... VIVE! 

p.s.: o melhor das zangas e desavenças é sem dúvida a conciliação. 








(Sil)
(aguarela e caneta, por Sil)

2.1.11

bla e não sei quê

Ano novo. Mas porque é que é novo se continua a haver coisas velhas ou melhor se ainda continua a haver as mesmas coisas ano após ano. Não que eu tenho alguma coisa contra isso nadaa. Mas já reflectiram sobre isto? Para mim é mais um dia que passou, de 31 para 1. Em vez de 2010, 2011. Pronto passou um ano. E então? Passam dias, semanas, meses e as pessoas fazem promessas, desvalorizam-se, descrevem o dia-a-dia como que um pleno tormento (isto em certos casos) mas qual o problema afinal? Será que não devíamos pensar em todos os dias como novos dias? E não mais um na nossa vida? O Natal é a altura em que toda a gente se lembra daquele que por ele passa todos os dias e o vê a morrer de frio, fome, sede mas quando começam a aparecer as luzinhas, árvores gigantescas no centro da cidade, o pai natal pendurado nas varandas... aí já vemos essa pessoa e decidimos oferecer alguma coisa. É triste!
É triste.

12.12.10

Diálogo entre o Eu e Tu!

Ouve-me. Ouve o que não digo. Ouve o que da minha boca não sai. Escuta com atenção e diz-me o que ouves... Dos meus lábios paralisados, do meu tom mudo, do meu silêncio ouve-se o que digo. Soltam-se letras perdidas no nada. Colocam-se em fila, tentando compor uma harmoniosa sinfonia, mas pararam do nada. Nada. Nada sai. Nada se ouve. Nada digo. Mas tu ouves. Mesmo assim ouves. Serei eu a culpada de tal prisão? Serei a culpada de silenciar? Não. Sim. Talvez. Ouve o que te digo sem intenção alguma, sem sequer forçar as cordas vocais. Ouve. Ouve. Ouve-me. E ao ouvires responde da mesma forma. Calado. Os meus lábios estão cerrados. Cosidos. Paralisados. Parados no tempo. Pararam assim que me apercebi que não preciso deles para dialogar… para ser ouvida. Consegues perceber o que digo. Consegue ouvir-me calada. Pois nada disse e a tua impressão é notável. A tua expressão diz claramente que o que ouviste, foi, …, deixa não tem importância. Ouviste. Eu sei que me ouves.


(texto de Sil, imagens de Helena Almeida)

É só mais um...

Não sei o que me doi neste momento. Não sei se isto é dor é uma espécie de desabafo preso por correntes imaginárias, criadas pela dor e serenidade que me caracterizam. Sim estou mesmo magoada com a dor de nao puder dizer o que quero ser contigo. Doi-me saber que em tempos foste para mim a pessoa que mais confiei a pessoa que me entreguei. Sim. Parecendo que não levas-te-me a melhor coisa que tinha, o meu EU. Porque é que eu ao saber que existem coisas incrivelmente piores, coisas que nos deixam completamente boqueabertos escandalizados? Acho que a resposta é que não ficamos melhor com o mal dos outros. Sofremos porque nos doi a maneira como as coisas nos são expostas. Por um ou por outro, não importa. Ou por saudade ou por dejeso. Desejo não ter saudade. Saudade é o manifesto do vazio que sentimos ao saber que "aquilo" não se encontra na mesma zona tão pouco no mesmo ambiente que o nosso. Ou porque partiu, ou mesmo estando ali ao nosso lado não é o mesmo ar que respiramos...
Sinto a falta de sentir saudades tuas. Saudades saudaveis. Saber que estás presente a un tantos kilometros de distância. A distância de uma viagem. Mas o tempo não faz viagens. É impossivel voltar a sentir mesma chuvinha que naquela tarde nos aproximou durante um certo tempo. Bem não te vou dizer... Quem és tu afinal? Quem és tu em mim? Foste sim o meu amor. Foste? Pensei...mas...eu...que aconteceu? Não respondas. Eu volto a ser a Silvana. Mas eu deixei de ser quem era? Ou de ser quem sou? não percebo e sinto-me perdida. Vou-me encontrar. Txi, tantas pessoas. Mas todas diferentes. Que bom. Desisto? Não. Consegui uma vez, tenho a certeza que consigo outra vez.

p.s.: Na vida não temos borrachas para apagar os "erros". Não vou fazer "back space" nas palavras acima ditas. Percebam!

21.11.10

carvão sobre papel, por Sil
Um dos meus medos é precisamente a velhice. Ou melhor do que ela me poderá fazer. Adoro falar com pessoas com idade muito superior à minha. São novamente crianças. Fingem não saber certas coisas. Ou preferem não dizer, não desmistificar a cena. São realmente pessoas cheias de tudo e muito mais que isso...
Tenho medo de um dia me ver ao espelho e saber que agora é a minha vez de falar e não de ouvir as maravilhas dos nossos velhinhos, com todo o respeito. Muitos por pouco que digam dizem tudo o que é necessário. Expressam-se de uma maneira única. Vivem o seu dia-a-dia de uma forma tão incapaz e capaz, surpreendente e invejável. Frágeis, mas fortes e cheios de tudo um pouco. Reconhecidos sejam, por tudo aquilo que fazem e deixam de fazer, porque para mim são pessoas mesmo queridas e rudes e sabem encantar as pessoas com as suas rugas (sinais não de velhice, mas de estrada percorrida ao longo da vida). Obrigada “avozinhos” e “avozinhas” :)

como foi/é...

Vou descrever como foi o tempo em que as noites não eram passadas com os olhos fechados, como talvez deveriam ser, mas não. Ficava sim acordada e receosa do que podia acontecer...
Bem só sei que foi de repente. Apanhou-me completamente de surpresa e nunca pensei ser alvo do que se chama depressão, ou esgotamento. Prefiro dizer que desisti de mim mesma se não se importam. Julgava-me suficientemente (digamos que) “Forte” para que esse tipo de coisas não me atingisse. Bem, sem mais rodeios passo a descrever como foi e por vezes ainda o é…
Tudo começou com um aglomerado de acontecimentos anormais, atitudes que eu nunca tinha tido. Pensou-se que era apenas uma fase (normal da idade), mas essa fase perdurou e a ajuda era necessária.
Sou portadora de uma doença, a Diabetes tipo 1. Para quem não conhece, é uma "SIMPLES" doença procedente de uma deficiência no pâncreas, e que para a controlarmos temos um plano com umas certas regras a cumprir. Medir a glicemia (uma picada no dedo, e o sangue é avaliado por uma maquina própria; aparece um resultado; é consoante o mesmo que sabemos o nível de açúcar que temos no sangue); Injectar a insulina (em diferentes partes do corpo; as dosagens dependem dos valores resultantes da maquina acima referida e de cada um (diabético); Controlar a alimentação, principalmente os hidratos de carbono e açucares; Praticar exercício físico; Seguir os planos dados pela equipa médica que nos acompanha (nutricionista, enfermeiro, médico especialista, entre outros de diversas áreas) e Cuidar do corpo, são aspectos importantes no dia-a-dia de um diabético. Há 9 anos descobri o que me iria acompanhar pro resto da vida, pois esta doença é crónica.
Bem no início foi tudo muito fácil. Até mesmo as picadas. O mais complicado foi a alimentação (acabaram-se as idas ao bar e sem qualquer problema escolher o que bem me apetece-se, com ou sem açúcar, muitas ou poucas calorias), mas tudo uma questão de hábito e nada mais.
Nunca antes tinha tido recaídas até à relativamente 3 anos pra cá. A partir do momento em que comecei a perceber que isto era mesmo para sempre rejeitei esta porra. Não tenho pachorra para cuidar de mim. Irónico? Melhor, caminho para a minha própria cova e assim, é que me sinto bem. Sei perfeitamente que faço o contrário do que é suposto fazer. Que é tudo muito fácil de seguir. Sim eu sei o que esta errado. Mas não me apetece. Cansei. Desisti de mim. Enfraqueci e deixei que a preguiça se apoderasse de mim.
De há uns tempos pra ca a Silvana já não é a mesma rapariga dócil, simpática, e bem-humorada que até à data era. Sou agora uma pessoa revoltada, rejeitada, mal-intencionada, robusta, azeda, agressiva, mole, por ai.
Fui-me completamente a baixo, e dei uma volta de 180º.
Enfraqueci. Tudo me fazia/faz chorar, porque tudo me magoa, ou me lembra algo do género. De tanta coisa que vejo de errado no meu dia-a-dia, ou que pelo menos para, mim não estão bem, e que não são do meu agrado, guardei dentro de mim como se fosse um saco de lixo.

Como disse, tudo começou, mais ou menos há 3 anos. Resolvia as coisas de maneira rude. A minha maneira de falar passou a ser das piores e das menos agradáveis de se ouvir. Agressiva e mal-encarada. Queria la saber se estava certa ou errada, a minha ideia era aquela e tinha que a defender da melhor maneira, pelo menos para mim. Insuportável. Comecei a ter pesadelos completamente obscuros: «Um buraco permanentemente à minha frente, fosse para que lado fosse e vozes. Vozes que dizem: morre, és uma treta, uma desilusão, uma fraca, uma pessoa completamente falhada...»  Isto foi o meu limite. Deixei de dormir direito, não fechava os olhos simplesmente, tinha medo do que ia ouvir e do que ia ver. Só uma vez é que aconteceu durante o dia. Foi horrível. Sem mais nem menos ouvir o meu subconsciente como que se tivesse alguém a falar ao meu ouvido. Assustador. Então chorava e chorava e chorava... Via-me fechada num cubo. Vazio. Sem saída. Comigo ali aninhada num canto. Desprotegida e frágil. Cansada. Cheia de sono. Na rua persentia que alguém me seguia. Mas eram apenas pessoas normais com os seus problemas, e assuntos a tratar. Mas para mim estavam a seguir-me, para me julgarem. Tudo o que fazia estava mal. Eu não merecia estar ali. Então escondia-me por minutos.
Psicólogo. Psiquiatra. Medicamentos para dormir. Conversas. Os meus pais perceberam o que se estava a passar. Para quê? Não queria nada. Mesmo nada ter ido a baixo. Quase ao fundo...

Ainda choro, Ainda odeio e tenho medo das coisas. Mas pelo menos já tenho mais noites "normais" em que sonho com a minha saída deste sítio, e com outras coisas mais.

Já foi assim. Às vezes ainda é...